domingo, 11 de novembro de 2018


Vemos homens largados
Vemos gente sem abrigo
Foram postos de lados
Obrigado a ser mendigo
E tu que olhas de lado
Vendo olhos tão famintos
Não se sente culpado
Nem ao menos o mínimo
Muito pelo contrário
Cria teu próprio juízo
E se faz exaltado
Pelo sucesso obtido
Tudo q tem conquistado
Foi de seu esforço exigido
E o pobre homem largado
É só um mal-sucedido
Saiba você, caro sensato
Que isso não faz sentido
Tu estás equivocado
Enganado e iludido
Pois já foi condicionado
A se achar mais merecido
Tendo o superior cursado
Estudado e concluído
Pois pra quem é graduado
O fracasso é fictício
Esse nome já foi dado
Pra elevar o indivíduo
Que sem nem ter notado
Contribui com esse vício
O sistema é alimentado
Por tantos homens "merecidos"
Do mercado é explorado
E se sente bem vivido
Ganha resto que é dado
De um punhado de bandidos
Vai pra casa bem cansado
Fica exausto, mas convicto
Que o mérito é alcançado
E o suor é bem valido
Inconsciente atormentado
Pelos homens sem abrigo
E o medo é implantado
Não quer tê-los como amigo
Não quer viver desse lado
Como indigente indigno
Mantém-se resignado
E o sistema obedecido
Sorriso largo, estampado
Pelo que tem obtido
Dado o mínimo salário
Pelo que tem exercido
Não parece ter notado
Que se acaso fosse nascido
No barraco bem ao lado
Tava desfavorecido
Mais um marginalizado
Era só mais um perdido
Mas não vê por esse lado
Permanece iludido
Tudo isso é tramado
E a miséria é preciso
Sendo o povo ameaçado
Se mantêm sempre contidos
Qualquer trampo é abraçado
Qualquer resto é bem vindo
Com a miséria ali do lado
Tudo aceito
Só pra não virar mendigo

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