domingo, 11 de novembro de 2018


Vista já sua armadura
O escudo é sua arma
Nossa realidade é dura
Que perfura sua alma
Salve então a sua pele
Pela tua cicatriz
A dor que se esquece
Remédio que contradiz
Antídoto é o veneno
Caleja a carapaça
Expõe-se vivendo
Caramujo sem casca
Casca grossa, bem feita
Forte e dura, cristalina
Morta pele que enfeita
Doce e pura queratina
É nascida do ataque
Seu excesso de ferida
Um sucesso de blindagem
Fazem tua emoção contida
Reação só no começo
Venço tudo que é espantoso
Vejo tudo que é feio
Durante o jornal do almoço
No jantar e de manhã
Similar, repete a cena
Só tiro, porrada e bomba
Mostra a tela do Datena
Pena tenho do exposto
Rosto amostra, mostra o peito
Ponto fraco e calcanhar
Faz do horror o teu defeito
Sentimento é fraqueza
Cresça logo, não se ilude
Treinamento, fortaleça
Agradeça à Hollywood
Vejo em tudo violência
Paciência, me acostumo
Na TV e no cinema
Vida segue mesmo rumo
Por dentro não sinto mais
Só assisto, frieza pura
Por choques de tantos lados
Já criei minha armadura

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