domingo, 11 de novembro de 2018

Poemas de Idade


20 anos ... 


20 anos e mais maduro
20 anos e ainda duro! 
Mais alguns desses e eu te juro
Que eu encontro o q eu procuro
Vou achar o meu futuro
Distanciar-me do escuro
Cultivar sentimento puro
Eu vou te encher de orgulho
Mas sem fazer muito barulho
Que o mundo lá fora é duro
E quem não tem freio bate no muro! 
Eu prefiro um lugar seguro
Uns reggae e uns bagulho
Sem correr muito apuro
Mas vida,eu te juro
Que eu te encho de orgulho
Quando achar o q eu procuro
E me encontrar com o meu futuro!




9 de novembro 



Agora são 21
Daqui a pouco 22
Não estou preocupado
Deus cuida do depois 
Sobre o futuro, que não existe
Não anseio, nem me angustio
Sinto o presente, vivo ele
Respiro vida e me alivio

Olho pra dentro e me encontro 
Sou meu guia e meu progresso
Abro o peito e agradeço
Faço-me parte do universo 
O meu ego aqui jaz 
Não me apego a seu cadáver 
Só enfeito a minha alma 
Pois vale mais que minha carne 
Que sejam 30 ou 21
Não importa, sou sempre jovem 
O meu espírito é imortal 
Só meu corpo se dissolve

Parabéns à Moi



La fois que je suis né


23 dessa vez 
Soa-me a idade 
Minha maturidade 
Ecoa mais sensatez

Minha própria nudez 
Perde fragilidade 
Minha identidade 
Ganha mais robustez

Coração mais cortês 
Mesmo sem ingenuidade 
Fito minha verdade 
Que exala solidez

Consciente lucidez 
Me respira a liberdade 
No meu lápis me arde 
Mais clareza e maciez

É que a causa que me fez 
Passa a ser minha vontade 
De saber a realidade:
Eu nasci para vocês



O recado
Mas que grande sacanagem
Botaram um aviso no buzão
Foi que aumentaram a passagem 

Mas não aumentaram educação
Agora, pagar pela viagem
Custa uma grande humilhação
Pois o povo e sua linguagem
Continuam sem qualquer instrução
Sem entender de politicagem
Mas sempre pagando integração
Quatro conto já é sacanagem
E eu nem ao menos sei a razão
Ouvi falar que é porcentagem
Também de uma tal de inflação
Mas eu fiz cara de paisagem
Não entendi o feio palavrão
Todos leem aquela mensagem
Todos com o dinheiro já na mão
Reclamam sobre a desvantagem
Mas não sabem nem qual é a razão
Pagam pra andar de carruagem
Mas parece bem com um camburão
Senhor, senhora na sabotagem
Não ganharam uma explicação
Moços, moças que nunca não agem
Nem ao menos levantam questão
Não importa qual é a bagagem
Se no colo, ou levando à mão
Tudo aqui é sacanagem
Sanfonado ou se na lotação
Todo dia é mó viagem
De casa ao centro, um rolezão
Se acho um banco é vantagem
Alegria de todo o peão
“Se fosse de graça” - que viagem!
Mas me pergunto: “Então, por que não?”
Não sei quanto é essa custagem
Disso não faço nem uma noção
Mas já existe maior roubagem
De todos nós que é cidadão
Rouba nos banco, na enfermagem
Na polícia, e educação
Tudo isso é sacanagem
Ter até que pagar pelo buzão
Que sempre aumenta a passagem
E eu nem sei a precisão
Cobrador, nem motorista sabem
Mas sabem ler e possuem cartão
Lá tá firme a tal da mensagem
Um aviso, uma humilhação
Coisa de uma fácil linguagem
Mas de difícil à compreensão
Mas segue a tal da engrenagem
Pronto pra partir mais outro buzão
Passa um, dois na roletagem
Leem sem saber qual é a razão
Um recado, uma mensagem
Pra nós que é população
Só avisam, é sem massagem
Agora é quatro pro buzão!



Vim ser poeta!
O que eu quero é rimar
só rabiscar um rascunho
por palavras pra encaixar

e depor versos do punho
E ponho pontos e acentos
sinto a hora da vírgula
e viro ritmo e tempo
invento novas partículas
Na fábula do universo
do verso e do versículo
imerso no experimento
venho ser novo discípulo
Dessa química poética
e frenética rítmica
a cósmica dialética
da prosa e da linguística
Então fiz casar na igreja
versar e valsar juntos
afim de que todos vocês vejam
alma e caneta do meu mundo


Brinque de regar palavras
fragrâncias poéticas
polenizam bromélias
líricas e perfumadas
Mas esquecidas hoje são
só paisagens céticas
outônica estética
beje seca folha ao chão
Flores fétidas um tanto
vibe negra as faziam
beija-flores se desviam
de flores preto e branco
Então reviva a fauna
floresça a sua flora
primavere sem demora
amadure sua alma


Deus de fato
não existe
Querendo ou não
religião ou ciência
Por que a dúvida
tanto persiste ?
Se Deus é maior
do que a própria existência


Vemos homens largados
Vemos gente sem abrigo
Foram postos de lados
Obrigado a ser mendigo
E tu que olhas de lado
Vendo olhos tão famintos
Não se sente culpado
Nem ao menos o mínimo
Muito pelo contrário
Cria teu próprio juízo
E se faz exaltado
Pelo sucesso obtido
Tudo q tem conquistado
Foi de seu esforço exigido
E o pobre homem largado
É só um mal-sucedido
Saiba você, caro sensato
Que isso não faz sentido
Tu estás equivocado
Enganado e iludido
Pois já foi condicionado
A se achar mais merecido
Tendo o superior cursado
Estudado e concluído
Pois pra quem é graduado
O fracasso é fictício
Esse nome já foi dado
Pra elevar o indivíduo
Que sem nem ter notado
Contribui com esse vício
O sistema é alimentado
Por tantos homens "merecidos"
Do mercado é explorado
E se sente bem vivido
Ganha resto que é dado
De um punhado de bandidos
Vai pra casa bem cansado
Fica exausto, mas convicto
Que o mérito é alcançado
E o suor é bem valido
Inconsciente atormentado
Pelos homens sem abrigo
E o medo é implantado
Não quer tê-los como amigo
Não quer viver desse lado
Como indigente indigno
Mantém-se resignado
E o sistema obedecido
Sorriso largo, estampado
Pelo que tem obtido
Dado o mínimo salário
Pelo que tem exercido
Não parece ter notado
Que se acaso fosse nascido
No barraco bem ao lado
Tava desfavorecido
Mais um marginalizado
Era só mais um perdido
Mas não vê por esse lado
Permanece iludido
Tudo isso é tramado
E a miséria é preciso
Sendo o povo ameaçado
Se mantêm sempre contidos
Qualquer trampo é abraçado
Qualquer resto é bem vindo
Com a miséria ali do lado
Tudo aceito
Só pra não virar mendigo


Vista já sua armadura
O escudo é sua arma
Nossa realidade é dura
Que perfura sua alma
Salve então a sua pele
Pela tua cicatriz
A dor que se esquece
Remédio que contradiz
Antídoto é o veneno
Caleja a carapaça
Expõe-se vivendo
Caramujo sem casca
Casca grossa, bem feita
Forte e dura, cristalina
Morta pele que enfeita
Doce e pura queratina
É nascida do ataque
Seu excesso de ferida
Um sucesso de blindagem
Fazem tua emoção contida
Reação só no começo
Venço tudo que é espantoso
Vejo tudo que é feio
Durante o jornal do almoço
No jantar e de manhã
Similar, repete a cena
Só tiro, porrada e bomba
Mostra a tela do Datena
Pena tenho do exposto
Rosto amostra, mostra o peito
Ponto fraco e calcanhar
Faz do horror o teu defeito
Sentimento é fraqueza
Cresça logo, não se ilude
Treinamento, fortaleça
Agradeça à Hollywood
Vejo em tudo violência
Paciência, me acostumo
Na TV e no cinema
Vida segue mesmo rumo
Por dentro não sinto mais
Só assisto, frieza pura
Por choques de tantos lados
Já criei minha armadura


Deus não existe em mim,
Pq sou muito pouco.
Sou eu quem existo em Deus
Porque Ele é o todo


É engraçada a sensação,
de andar pra trás ao contrário!
Que cada queda é uma lição
Um aprendizado necessário...


Parábola do séc XXI

Outra vez mais um sonho
Mas sem muitos detalhes
Uma mensagem eu suponho

Entender é o que vale
No buzao eu estava a ir
Dar um role no shop
Assistindo o ir e vir
Nos ouvidos hip-hop
Cheguei ao meu destino
E fui logo à aquisição
Comprar roupa sport-fino
Tentar ficar mais bonitão
No segundo piso a loja era
E eu pensei por um instante
Entre o suar e a espera
Eu prefiro escada rolante
Mas como ironia da história
No trajeto, parou a automática
Me veio espontânea à memória
A imagem da escada estática
E do sonho se levanta
E a moral da história era...
Tem vezes, não adianta
Preciso subir com minhas próprias pernas